Terça-feira, 11 de Janeiro de 2011
Poderá algo domar este desejo insondável
De uma mente
Gasta e cansada de hipocrisias
Que contra si atentam?
Desejosa de novos rios
Ávida de desafios
De sorrisos nos lábios e futuros sábios
Será assim tão difícil mudar o mar
E prender as marés?
Quem avança e cala as vozes tristes
E a fúria?
Quem faz abrir o dia
Quem?
Quem quiser que dance
E avance
Quarta-feira, 5 de Janeiro de 2011
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Foto: Raul Cordeiro |
Às vezes há tardes que os meus braços
Não conseguem abraçar
E um grito surdo dos jardins onde passo
Há tardes em que levo a chuva no regaço
E grito sem a espada desembainhar
Enrolo-me sossegado no meu encanto
Respondo a mim próprio
Falo para dentro
E fica mais longínqua a aura do meu canto
Precisamos de rosas, espadas e açoites
Para fazer da tarde manhã
Para fazer de hoje amanhã
Domingo, 2 de Janeiro de 2011
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Foto: Raul Cordeiro
Voltam os poemas ao meu chão De forma fixa e ladrilhada Como uma figura geométrica Que mede os dias De nunca acabar É neles que afago o ego Que olho as estrelas Que me afago e aconchego São só palavras, eu sei Entretenga da alma Mas são eles os meus dias Da minha mente A calma Os esquemas Os meus poemas |
Sexta-feira, 31 de Dezembro de 2010
Terça-feira, 28 de Dezembro de 2010
I don´t know if I answer the question
But how can a year not to be
And back again to be born
On the calendar
Next day
Softly
In his own birthday?
It's a mystery to himself
Succeed himself
Selfish
Artist
Be magic to itself
And born again
The other day
Segunda-feira, 27 de Dezembro de 2010
Não sei se respondo à pergunta
Mas como pode um ano que não foi
Voltar de novo a ser, a nascer
No calendário
De mansinho
No seu próprio aniversário?
É um mistério de si próprio
Suceder-se a si mesmo
Egoísta
Artista
De passes de magia para nascer em si
No outro dia
Quarta-feira, 22 de Dezembro de 2010
Que ninguém se incomode com as pétalas
Que a flor permanece
Assim, hoje...
É Natal no meu jardim
Uma rosa nasce, floresce e morre
Às vezes sossegada no seu cantinho
E mesmo desfolhada
Fica o cheiro
No seu espinho
A rosa é flor assim
É Natal no meu jardim
Segunda-feira, 20 de Dezembro de 2010
Peguei nele seco ao luar
Em forma crua rectangular
E pu-lo no chão
No meu lugar
De soslaio vi-o bater baixinho
Pálido
Bate e pára
Bate e pára
Pára de supetão
Triste de seco
O meu coração
Sexta-feira, 17 de Dezembro de 2010
Esses olhos matam-me
Mas posso garantir
Que mesmo morto não saio daqui
Não tenho para onde ir
Plantarei aqui os pés
Criarei raízes no espaço que ocupas
Só para te olhar
Ver, vencer
E depois
Morrer
Terça-feira, 14 de Dezembro de 2010
Olhei triste para o espelho
Quebrou-se o feitiço no chão
Li o meu nome no chão
E fiquei de boca aberta
Quase dei um tropeção
Olhos feridos de olhar para mim
Fiquei logo iludido
Pus-me logo a imaginar
Ficar cego de olhar para mim
Limpei tudo bem limpinho
Varri vidros pelo chão
Olhei os meus olhos no chão
Fiquei só a meditar
Como se fosse um vidente
Como se de repente assim
Ficassem os meus olhos a olhar para mim
O destino quis quebrar
No chão triste o meu olhar
Num dia perto do fim
Um olhar a olhar para mim
Minha tristeza subiu de tom
Fez-se noite perto de mim
Fiquei com espelho no olhar
De uns olhos a olhar para mim
Fiz-me forte e num repente
Deitei fora uma ilusão
Os meus olhos cruzam-se assim
Tristes com outros
Olhando por mim
Olhei triste para o espelho
Quebrou-se o feitiço no chão
Li o meu nome no chão
E fiquei de boca aberta
Quase dei um tropeção
Olhos feridos de olhar para mim