Vida vã de perguntas recorrentes
De trens infinitos de infiel e louco amor
De paixões de vida perfeitamente insolventes
Serás para mim sempre a repreensão
Dos meus olhos cegos que vaidosamente almejam a luz
Nunca serei teu nobre escanção
Dos anos vazios e inúteis do resto
Com o resto em mim entrelaçado
Vida, junto ti nobremente protesto
Pelo sorteio com que me atribuíste
O meu pobre fado malfadado
E pela distracção com que de mim
Estranhamente te abstraíste
Sou nas tuas mãos apenas um manequim
Fazes de mim tua derrota
Tua vã glória de mandar
Teu soldado de terracota
O teu sorteio não mereço
Mas solenemente te obedeço
Foto: Under my umbrella... Daniela Vasques (olhares.aeiou.pt)
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