Sábado, 20 de Outubro de 2007
Vermelho de paixão
Verde de esperança
Azul de temperança
Amarelo de ilusão
Pintado de todas as cores
Fica meu coração
Quando num instante breve
O pintas com a tua mão
Fazes misturas na paleta da vida
Numa tela por pintar
Numa vida por viver
Num amor para amar
O teu coração acalenta
Doce esperança de paixão
Num tom de cor magenta
Pintarás tua ilusão
Assim misturadas as cores
Na tela cairão
Bem juntinhas
Belo jeito da tua mão.
Foto: my only love - Alberto Viana d' Almeida (olhares.aeiou.pt)
Sexta-feira, 19 de Outubro de 2007
Só me ocorrem rimas pobres sem sentido
Que falam de quase nada
Como me sinto perdido, desnorteado
Fico desesperado
Quero escrever e não penso em rima alguma
Não olho outra solução
Senão escrever sobre coisa nenhuma
Da poesia vejo a espuma
Que sobra da lavagem dos dias
Espuma suja das vidas lavadas
Pobres, algumas não rimadas
Como esta pobre poesia
Que fala de coisa nenhuma
Pode-se ler ao revés
Ou então de cima abaixo
Não vão encontrar nada que rima
Ainda que a leiam de baixo a cima
Fico mesmo sem jeito
Ao escrever esta enormidade
Ainda que seja verdade
E que lhe possa espremer a espuma
Este poema fala mesmo de verdade
De nada e de coisa nenhuma.
Quinta-feira, 18 de Outubro de 2007
Vivo sem querer perderPitada do sabor da vidaApesar das dores de almaDas desventuras e desgostosDe uma esperança escondidaNo sonho de uma fantasia perdidaPeço à vida ajudaVendo desejos e ilusõesNas palavras que imaginoEncaro feliz o destinoDe saudades e paixões.Foto: When lies turn into truth - ana.meireles (olhares.aeiou.pt)
Quarta-feira, 17 de Outubro de 2007

Amanheceu gélida a noite
Vestida de noiva pela geada
No nevoeiro suave se esconde
Num jogo pueril de escondidas
O alvor da madrugada
Nas nuvens negras saltitantes
Uma tempestade põe-se à espreita
Do momento de explodir
E agitar a manhã
Que impotente a aceita
Molha-se a vida na terra
Num salpico gigante e feroz
Esconde-se a água na terra firme
Apaga a luz do Sol
E a nós falta-nos a voz.
Foto: Desert Rose - Graça Loureiro (olhares.aeiou.pt)
Terça-feira, 16 de Outubro de 2007

A brisa do mar revolto
Mar de tubarões e sereias
Outros peixes e baleias
Que abraço com carinho
Traz consigo as estrelas
Que me indicam o caminho
De dia e de noite à maresia
Na ternura do nevoeiro
Penso na saudade de que tenho
Que sejas minha um dia
Pode tardar a chegar
Embarcado num baleeiro
Esse amor que trazes contido
Dentro do teu coração
Será meu um dia
Cravar-se-á em mim como um arpão
Tentarei fazer-lhe frente
Não resistirei à ternura
De te beijar primeiro
Num acesso de sã loucura
À brisa do mar
Numa noite de suave nevoeiro.
Foto: Juliana - Márcio Freitas (olhares.aeiou.pt)
Segunda-feira, 15 de Outubro de 2007

Da pena de um poeta
Saem às vezes sem querer
Palavras sem rigor aparente
Daquilo que o poeta sente
Não, o poeta não mente
Apenas descreve o sentir
De quem não sabe escrever
O quanto está a chorar
Ou às vezes a rir
Parece às vezes que delira
Com uma fantasia delirante
Mas raramente é mentira
Aquilo que o poeta sente.
Foto: sol-irís - Daniela Urbano (olhares.aeiou.pt)
Domingo, 14 de Outubro de 2007
Á espera da manhã adormeço em ti
Deixo-me levar no sabor do teu sonho
Estremunhado acordo ao raiar do dia
Esfrego os olhos Enquanto me recomponhoNoite de glória para este amor eterno
Breves os momentos em que dormiOlhar-te toda a noite nesse doce dormirE delirar por uma manhã de SolDe um novo dia para vir
São fantasias do meu escrever
Palavra inventada mais que pensada
De um amor por viver
De uma vida não inventada
Doce desejo de paixão
Que escapam velozes da mão
De alguém que quase nada.Foto: Time & Again - Alba Luna (olhares.aeiou.pt)
Sábado, 13 de Outubro de 2007
Queria olhar o céu de cima
E ver-te florir na manhã
Teu cabelo emaranhado
Tua pele de maçã
Suave a pele
Belo o teu cheiro
São só cinco minutos
Deixa-me amar-te primeiro
Depois do banho
Assim húmida e molhada
Ficas ainda mais gostosa
Minha feliz amada
À tarde chegas a casa
Cansada mas deslumbrante
Manténs ao longo do dia
Essa aura nobre e brilhante
Outra noite…
Outro dia…
Sem ti minha vida
Seria oca e vazia.Foto: Irradiando beleza - Maria Isabel Batista (olhares.aeiou.pt)
Sexta-feira, 12 de Outubro de 2007
Vã e vil tristezaQue na minha vida vivoA ver sair tua belezaEfémera a alegriaDe viver contigo ao ladoQuando te vais sempre emboraQuando a noite se faz diaFica de uma vezFarei feliz teu serNão te perderei maisQuando acabar por amanhecerQuando o Sol estiver a pinoAcordaremos entãoBeijar-te-ei como gostasTraçaremos nosso destino.Foto: Margarida nas meadas - Rodrigo Ferreira (olhares.aeiou.pt)
Quinta-feira, 11 de Outubro de 2007
Quando penso na triste figura
Que fiz ao dizer-te o que disse
Abra-se uma brecha no chão
Caio e desapareço
À espera da tua mão
Não queria magoar-te
Nem tão pouco desiludir
Sei que não imaginas
Neste preciso momento
O que posso estar a sentir
Aquelas simples palavras
Foram farpas cortantes
Que lancei para mim
Ainda que por breves instantes
Me possas dizer que sim
Ouviste o que te disse
Foste doce e inteligente
Soubeste melhor do que eu
Ouvir e calar
Uma paixão indigente.Foto: A morada do meu silêncio - MARIAH (olhares.aeiou.pt)