Sexta-feira, 30 de Novembro de 2007
Acredito no sorriso e na lágrima
Na alegria e na tristeza
Acredito na primeira e na última
Na feiura e na beleza
Acredito na semente e na árvore
Em que ri e quem chora
Acredito no nascer e pôr-do-sol
Na pressa e na demora
No doce cantar do rouxinol
Acredito nas nuvens e nos pingos de chuva
No néctar do vinho e na uva
Acredito na Lua e nas galáxias de estrelas
Em verdades e balelas
Acredito em lutas e esperanças
Em esquecimentos e lembranças
Acredito em desejos e anjos
Na vida e na dor
Acredito em ti…
Não acredito no amor…Foto: Páginas do tempo... - Hugo Tinoco (olhares.aeiou.pt)
Quinta-feira, 29 de Novembro de 2007

Há uma nuvem no meu céu
Que corre à frente do Sol
Ele nunca passa por mim
Corro atrás dele como corre o girassol
Quando ergo os meus olhos
Cego com a tua luz
Tens em ti o dom de estrela
És tu quem me seduz
Há uma nuvem no meu céu
Que escurece o meu dia
Pesa sobre mim com um suspiro
Nunca deixa a minha fantasia
Aquela nuvem carrega um nome
Que abraço outras vezes odeio
És tu, sei que és tu…
Sei que é teu fogo que ateio
Foto: Hoje estava capaz de me ir embora... - Mariah (olhares.aeiou.pt)
Quarta-feira, 28 de Novembro de 2007

Silêncios aterradores cor de prata
Abrem túneis nos meus pensamentos
As que foram, no passado, grandes ideias
São agora delírios dos momentos
Palavras desconcertantes caem da minha mente
Em passos apressados reflexos de escuridade
Um sossego perturbador chama-me
Lutam em mim a mentira e a verdade
Escorrem pela minha face rasgada
Gotas de água deliciosas
Do meu interior, brotam, olhando para fora
Gritos de lágrimas silenciosas.
Foto: Ponto de exclamação - Mariah (olhares.aeiou.pt)
Terça-feira, 27 de Novembro de 2007
Culpa, minha única companheira no meio das gotas de chuva
Na intranquilidade, assalta-me uma enorme dor
A culpa, a emoção e a pouca razão
Que sinto quando ouço o teu nome
Culpa minha, não sei se sou ainda do teu coração.
Meu único desejo é ser molhado pelas minhas lágrimas
Que lavam a alma em mim
E afogam minhas águas
E quando o céu começa a acalmar enfim
Esperar as tuas doces tréguas
Aqui ficarei quieto assim.Foto: o dia depois de amanhã II... - Hugo Tinoco
Segunda-feira, 26 de Novembro de 2007

Olho cego teus laivos dourados
Devorando fusos e horizontes
Ardendo a Oeste de mim
Queimas meus olhos de ardor
Os meus sonhos são o Sol
Os meus sonhos são da tua cor
Apareces veloz pela manhã
Transportas meus sonhos de viagem
Olho-te deslizar ao longe
Revejo-me na tua imagem
Deixas-me só a olhar para trás
Tua cor desaparece-me defronte
Os meus sonhos são como aquele Sol
Que desaparece no horizonte
Sempre que desapareces de mim
Apareces para outro alguém
Os meus sonhos ocultam-se na tua luz
Para ti não sou ninguém
No assento da minha janela
Olho-te triste ao longe
Nos teus laivos dourados
Cumpro a minha penitência
Tua luz é a minha cela.
Foto: ... touch... - Bruno Abreu (olhares.aeiou.pt)
Domingo, 25 de Novembro de 2007
Espero-te ainda, entre os poemas e as músicas…
Algures, entre a esquina dobrada pelo vento
Entre o cortejo das sombras lúdicas
Compassadas ao ritmo, de um novo alento
Espero-te talvez no meu pequeno espaço
Linha breve de tempo entre o nascer e a morte
Sonho acordar um dia no teu regaço
Desfrutar da minha triste e breve sorte
Espero-te como nau à deriva, em mar de tormento
Em noites de enigmas singulares…cifra inaugural
Reflectindo a luz da tua alma, no meu pensamento
Nas ondas que descansam no gesto nupcial
Espero-te ainda na sombra das flores de laranjeira
Que enfeitam o mais lindo dia da nossa vida
E entre os suspiros e gemidos da nossa vez primeira
Temos a infelicidade para sempre proibida
Espero-te na face escura da Lua
Nos corpos que se unem num poema de amor
Desejo ser o astro, onde dança a alma nua
Cortando o ar…Sem destino, nem pudor
Espero-te bem perto do lado contrário do Sol
Tolhido pela luz danço na tua emoção
És minha guia, minha alma, meu farol
Por ti derrete meu triste e pobre coração
Foto: Green Day - António Carreteiro (olhares.aeiou.pt)
Poema em Dueto: Raul Cordeiro / Lúcia Machado
23/11/2007
Sábado, 24 de Novembro de 2007

Através das árvores nuas
Vês o céu fatigado
Apontando coisas que nunca vais conseguir
Se não estiveres aconchegada
Bem pertinho ao meu lado
Olhas o crescer acontecer
Num vai e vem de primaveras
Vês as flores nascer e morrer
Num furacão de quimeras
Olhas e sentes como pode o amor acontecer
Vês a sombra seguir os passos do Sol
Os pássaros rasgam-se em sementes sem vontade
Procuras na minha sombra a verdade
E à beira da árvore nua
Procuro a tranquilidade da tua
Uma árvore é uma lente, um visor, uma janela
De um futuro por amanhecer
Aguardo sereno a mensagem
Á tua beira me eternizo na espera
De um amor por florescer.
Foto: l'arbre - honey (olhares.aeiou.pt)
Sexta-feira, 23 de Novembro de 2007
Teu corpo treme
Num compasso alegro
Ao ritmo do amor
Despe-se só para mim
Liberta-se do calor
E brilha num sorriso sem fim
Em ondas semibreves
Sempre presentes em mim
És para mim a memória e a língua
A luz e o tempo
No teu corpo sinto a melodia
No bater do momento.Foto: In My Flowers Garden - António Carreteiro (olhares.aeiou.pt)
Quinta-feira, 22 de Novembro de 2007