Sexta-feira, 29 de Fevereiro de 2008
Revolta-se a terra quando o céu está nu
Espera por suas lágrimas no seu chão
Bela e justa recompensa
De sono adormecido no calor do Verão
Ouvem-se os ecos pela multidão de montanhas
Na forma da arte do som de um pequeno trovão
Os ventos vêm dos campos do sono
Gritam ao redor de mim
Em mil vales distantes e largos
Frio, distante, alegre e voando
Sinto-me bem, triste assim
Flores, frescas ao sol brilham frias
O amor-perfeito nos meus pés
Onde descansa o vislumbre visionário?
Onde tem a terra o seu convés?
Onde estão agora, a honra e o sonho?
Onde está o imaginário?
A terra enche o seu regaço de prazeres dela própria
Num ritmo de Inverno enfadonho, jovem
E, até com algo da mente de uma mãe
Faz o seu filho de leite, o seu habitante, Homem
Quinta-feira, 28 de Fevereiro de 2008

Arremesso o meu braço largo em redor do Sol do teu brilho e do teu regaço e suo só de te ver passar bem junto ao meu reduto e vergo-me ao teu olhar e descanso em ti meus olhos nesse imenso campo de prazer absoluto de paisagens de desejo de te ver florescer numa manhã a meu lado e venderes-me um beijo molhado e então na noite fresca debaixo da árvore alta dos teus sentidos quando a noite que nos assalta se aproximar delicadamente escura como eu e tu perdidos nos nossos sonhos que nascem um para o outro num dealbar de dia depois da noite que no início sabe a pouco.
Foto: Extremidades em chamas. - Isabela Daguer (olhares.aeiou.pt)
Quarta-feira, 27 de Fevereiro de 2008

Nos resíduos da vergonha matinal
Cheio da culpa de uma figura reflexa no espelho
Selvagem, extremo, grosseiro, cruel
Louco em perseguição de algo
Na figura reflexa me aconselho
Nas respostas que procuro
Em vidros de espelho brilhante
Às perguntas que coloco
Vêm respostas delirantes
E dia após dia, de manhã
A mesma vida, o mesmo instante...
Domingo, 24 de Fevereiro de 2008

Um pensamento
Uma melodia
Uma ressonância
Quem chama meu nome?
Quem invoca a minha substância?
Quem limpa a amnésia?
E adivinha a minha circunstância?
Incógnito em pensamentos mundanos
Oco em melodias do povo
Ressoam em mim teus ecos
De canção cantada de novo
Eclipsa-se o meu coração
Em chama incandescente e fluente
E aos olhos da minha gente
E qual ave no firme do céu azul
Liberto meu coração da prisão
De um pensamento de saudade
De uma melodia triste
Do ressoar da verdade
E no folgar de um esgar asfixiante
Penso em ti
Canto para ti
Ecoo em ti
Sábado, 23 de Fevereiro de 2008
HOJE ESTOU MAIS FELIZ...
Sei que há, nesta imensa Blogosfera, alguém que gosta do que escrevo e que não tem medo de o assumir.
O Blog "
Já nem consigo ser ágil" distinguiu-me com algums "
mimos" de admiração que só me ocorre retribuir aconselhando vivamente uma visita à aquele belo espaço.
Um Grande Obrigado
Prémio Viajante:
1º A Vida das Palavras
Prémio Amizade Virtual:
1º A Vida das Palavras
PRÉMIO "É um blog muito bom, sim Senhora"
1º A Vida das Palavras
Sexta-feira, 22 de Fevereiro de 2008
Em cada manhã
De dias enrugados de Inverno
De naturezas nobres
De céus cor de maçã podre
De um dia sombrio
De todo o insalubre céu
Escuro, firme e nobre
E por cima de caminhos escurecidos
Do nosso espírito escuro e vadio
Tal como a Lua esconde o Sol
Em noite de eclipse
Nem sentimos simplesmente essas essências
Nem transpiramos nas noites de estio
Mas sussurramos ao relento
As nossas reminiscências
E deixamos que sejam levadas
Docemente pelo vento
Foto: Beautiful dream - Pedro Moreira (olhares.aeiou.pt)
Quinta-feira, 21 de Fevereiro de 2008

Amor de namorar
É feudo rico de esperança
Um reverso e eterno paradoxo
Faz doce o mais amargo
Torna conhecido o desconhecido
Torna liberal o amor mais ortodoxo
Num apelo constante à nossa lembrança
De namorados apaixonados
Lembro sempre nosso coração
Num e outro dissolvido
Nosso feudo tornou-se campo de trigo
De alimento de uma paixão
Viver e estar contigo
Colher tua seara
Deixar arder tua rama
No aceiro fértil que nos separa
E viver a namorar como no princípio das coisas
É desejo que nos reúne
No namoro eterno que nos une.
Terça-feira, 19 de Fevereiro de 2008

Oculto no aberto veio de um segredo teu
Oiço atento o distante e toco o intangível
Fito o futuro do que nunca vi
Vivo passatempos feitos de impossível
Alcanço nos teus olhos fragmentos do meu pensamento
Espalho com os meus, fórmulas de omnipotência
Assim homem
Na minha pequena casa feita do pó de terra
Marco meus passos em certa cadência
Cresço em direcção ao horizonte
E sozinho, empoleirado
Investigo a minha mente
No alto telhado das coisas
Cercado por coisas mortais
Fico ofegante
E outras ânsias que tais
Como na respiração rara da estratosfera
À espera da tua fonte…
À espera da tua guerra…
Segunda-feira, 18 de Fevereiro de 2008

Como amo?
Deixando de contar
Os caminhos de ida e regresso
Amo em profundidade, largura e altura
Das medidas de amar desperdiço o excesso
A minha alma pode amar até longe da vista
Á luz do sol e á luz da vela
Amo livremente
Da forma especial
Como os homens se esforçam por amar
Amo com a paixão de amar
Nas minhas velhas penas
E com a fé da minha infância
Procuro nas medidas de amor
A eterna substância
O sumo de polpa de uma alma e de um corpo
Que se derrete mansinho
Nos versos de um piropo
Domingo, 17 de Fevereiro de 2008

Tudo o que sei de certa estrela
É que ela agita o meu céu como um remoinho
Voa e trespassa o meu coração
Faz minha alma sair do ninho
Leve no seu firme firmamento
Paira como um pássaro no ar
Faz das nuvens o seu caminho
Procura em terra o seu alimento
E na procura incessante de um prazer terreno
Espero por ela cadente ao luar
Minha estrela de alva em queda
Será meu peito tua alameda
E meu sorriso
Teu doce descansar
Foto: Fim do dia - Marcio Farias (olhares.aeiou.pt)