Domingo, 27 de Abril de 2008

Sentir as folhas
A cada folhearRasgar teu corpoEm cada olharSentir na pele o sonho
Ver e comentar
Esperar o fimPara me encontrar
Busco a página
Onde acontece tudoOnde a meninaBusca o seu rumoNuma folha de cartolinaE não uma folha
Ou um simples resumoSentir as folhas
A cada folhearRasgar teu corpoEm cada olharAssim a ver soletrarAs palavras uma a umaFico deliciosamente
E tranquilamente
Por coisa nenhumaA vê-la ler devagarEssa história de princesaDe amar e ser amado
Sem final rebuscadoOu encontro acidentalMas beijando cada folha
Num beijo bem real
Sentir as folhasA cada folhearRasgar teu corpoEm cada olharSentir na pele o sonhoVer e comentar
Esperar o fimPara me encontrar
Sábado, 26 de Abril de 2008

O que alcanço da minha fresta de janela
Nem perguntas o quê?
Vem daí, sai dessa celaPercebe e alcançaEsse cheirinho de África e canelaE entra comigo na dançaSe estou feliz assim
Só tu sabes porquêComo diz na música do JobimÉ porque posso ser a consequênciaDe simplesmente amar você
Sexta-feira, 25 de Abril de 2008

Ai Portugal, Portugal
Quando querias ser livre
O destino não esperou por ti
Quando querias a verdade
Não tiveste liberdade
Cresceste, é verdade
Mas muito pouco para a idade
Quinta-feira, 24 de Abril de 2008
Pedala, pedala
Salta meninaCuidado com o cão
Ao virar da esquinaPedala, pedalaCanta e dança
Roda a saia
Enrola a trançaPedala, pedalaChama esse nomeSuja os lábiosNo gelado que comesPedala, pedalaDe noite e de diaEnche de ar
Essa roda vaziaPedala, pedalaPassa por mimPedala, pedalaQueria conseguir
Pedalar assim
Passa por mim
O vento que fala
Pedala, pedala
Mas teu nomeMe abala
É nesse teu prado grávido de esperanças
Que semeio e colho as minhas lembranças
És mesmo isso...
O formigueiro que sinto nos dedos
A confidente do vento que pare os segredos
A minha pária das horas dos dias
Parceira musa de noites de enredos
Figura onírica deleite dos olhos
Branca alva de vestido aos folhos
Cabelos ao vento, o sonho da lua
Oásis figurativo o teu caminhar
Olhos no horizonte
O destino defronte
Um beijo roubado à luz do luar
E o teu amor do outro lado do mar
Quarta-feira, 23 de Abril de 2008
Pensei toda a noite deixar aqui a minha alma
Perder esta capa misteriosa de calma
E viver esta vida a correr até ser dia
Pensei toda a noite nas tuas palavras despidas
Nas frases repetidas que gostas de dizer
Pensei toda a noite nas asas daquela gaivota
Que pode voar e estar aí ao amanhecer
Pensei toda a noite em ser dia
Pensei e repensei neste dilema
De como estar e ficar desse lado do teu poema
Segunda-feira, 21 de Abril de 2008