Domingo, 25 de Maio de 2008
Quarta-feira, 21 de Maio de 2008

Foi aquilo apenas uma miragem de viagem
Ou estavas nua na praia da tua rua
Estava sentado a teu lado
E a areia e o vento tocavam os meus pés
Numa praia que flutua
De ventos ao invés
As gaivotas pressentiam a tempestade do teu beijo
Ou era apenas um desejo?
Posso pedir mais do que apenas as ondas
Posso pedir o teu mar
Posso pedir para me afogar
Posso pedir mais do que apenas a areia da praia
Posso pedir para desabotoar esse vestido de cambraia
Posso pedir apenas a carícia
Posso esquecer a malícia
E ser apenas eu…
Ou então…
Posso pedir apenas o mar
E uma jangada para o atravessar
Segunda-feira, 19 de Maio de 2008

Espera menina
Não partas ainda que a poesia não finda
Espera menina
Pelos olhinhos que te faço
Espera menina
Pela estação infinda
Espera menina
Prepara o teu regaço
Esquece os risos e os sorrisos
Esquece o tempo em que tivemos algum tempo
Escuta o barulho dos guizos
Esquece o mau e o bom
Esquece o choro e a lágrima
Escuta a canção e o tom
Esquece os beijos
Esquece o medo e o segredo
Esquece os desejos
Espera menina
Enquanto exploro e desbravo o arvoredo
Espera menina
Foto: this is what i'm going to do to you if u don't... - Lagrymata (olharesa.aeiou.pt)
Domingo, 18 de Maio de 2008

Uma folha solitária
Numa árvore solitária
Vento
Uma árvore solitária
Numa floresta solitária
Tempo
Uma floresta solitária
Num país solitário
Lamento
Uma nação solitária
Num continente solitário
Sedimento
Um continente solitário
Num mundo solitário
Advento
Uma cidade solitária
Uma pessoa solitária
Acontecimento
Foto: Ouro em azul - José Luís Mendes (Zé Luís) (olhares.aeiou.pt)
Sábado, 17 de Maio de 2008
Sexta-feira, 16 de Maio de 2008

Muda a linha
Muda o poema
Muda a poesia
Muda o problema
Muda a rima
Muda o plano
Muda a lágrima
Muda o fulano
Muda o significado
Muda o sorriso
Muda o passado
Muda o siso
Muda o futuro
Muda a gente
Muda o seguro
Muda o presente
Muda tudo
Mudamos nós
Muda a corda
Ficam os nós
Quarta-feira, 14 de Maio de 2008

Dança comigo até ao fim desse amor
Traz-me som dos campos de violetas
Faz-me sentir doce pelo teu sabor
Mantém-me ao corrente do rumo das borboletas
Faz-me curvar perante as tuas ranhuras mágicas
Como uma flor se curva ao vento
Agita em mim o som das guitarras
Faz sorrir, gritar e cantar
Beija-me como um clarinete nos lábios
Alimenta o som do canto da cigarra
Sente os meus passos na tua magia
Canta-me suave, diz o meu nome
Canta-me uma melodia lisa, mesmo sombria
Ensina o meu segredo à tua melodia
Foto: Windsurfing floral - Leon Bojarczuk (olhares.aeiou.pt)
Terça-feira, 13 de Maio de 2008
Por cima desse mar oceano onde se põe a onda
Uma esfera cor de prata cai no peito do mar
Com lanças que descem de dentro da fogueira redonda
Do fogo do ocaso de cada alvorar
Na chuva, na neve, na terra, no fogo e no ar
E na incandescência da tua luz
Esperas o ocaso ao acordar
De um dia que mesmo triste te seduz
Escuro, breu, frio no quente dos teus lençóis
Claro, alvo, quente e branco o teu sentir
Na tua janela pouso de rouxinóis
O altar de um mar de luar por descobrir