Segunda-feira, 27 de Outubro de 2008

Astro doido de sonhos
Irrompe o Sol pela minha janela
E é com saudades de mim
Que fujo da minha cela
Labirinto, confusão
Pena, absolvição
Inteligência, abjecção
Passei por aqui e vou para lá
Nem dei pela vida
Olhei o Sol
Descobri a saída
Rua, agitação
Luas, estrelas
Conversas, balelas
Mas a curva que queria sentir
Nem vê-la
E à noite não durmo
Sinto o Sol minúsculo
Sábado, 25 de Outubro de 2008
Quinta-feira, 23 de Outubro de 2008

Verdes são as setas que me secam o coração
E secos os campos que guardas
Escondidos na palma da mão
Frágil a balança com que pesas a vida
Ondulante o teu beijo de despedida
Amarelo o sorriso que deixas no ar
Azul o céu que deixas ao chegar
Curto o abraço que levas contigo
Branco o frio que deixas comigo
Foto: Praia de Cascais - Adriana Marta Vilão Rito (olhares.aeiou.pt)
Quarta-feira, 22 de Outubro de 2008

Nesta vida de faz-de-conta
Amamos ou odiamos
Fazemos ou remediamos
É dia ou é noite
Damos o corpo ao açoite
Subimos ou descemos
Dormimos ou comemos
Estamos ou não estamos
Calamos ou gritamos
Somos pais ou morremos
Nascemos e somos pessoas
Odiamos as más
Adoramos as coisas boas
Somos sol ou chuva
Mão ou luva
Dia ou lua
Beco ou rua
Porta de saída
Viela ou avenida
Estamos no chão ou nos ares
Fintamos a idade
Iludimos a ubiquidade
Mas…
Mesmo que queiramos
Não estamos em dois lugares
Segunda-feira, 20 de Outubro de 2008
Serão teus os olhos
Que me espreitam atrás da lua?
Será tua a sombra
Que vejo nua?
Será imagem minha
Que deslizas assim na minha rua?
Ou será que a minha loucura
Simplesmente continua?
Será que são os teus passos
Que oiço na tábua?
E será que o som mingua
Ainda na noite crua?
Será que a noite acaba
Ou faz com o dia
Uma contínua capicua?
Foto: Eclipse - Pedro Ferreira (olhares.aeiou.pt)

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