Segunda-feira, 20 de Abril de 2009
Domingo, 19 de Abril de 2009

Não é um grande amor que constrói poemas
Mas um grande poeta que faz nascer amores
Não é justo ser poeta sem dilemas
Não é justo ser poeta sem dores
É no seco e árido terreiro
Que nascem rosas e florescem espinhos
Um poeta rega as rosas
Mostra-lhes infinitos caminhos
Não é um grande amor que constrói poemas
Mas quem o ama
Quem lhe afaga os espinhos e as flores
Mas um grande poeta pode fazer nascer amores
Quinta-feira, 16 de Abril de 2009
Conheci hoje uns lindos olhos à esquina do meu olhar
Surpreendida por um barco pronto a naufragar
Deixa a mão e leva os olhos
Surpreendida pelo mar
É de silêncio o olhar com que me matas
Com os olhos teus
Penso-me homem
Sinto-me criança
Só de olhar para esses olhos com os meus
Não sei se falam
Se fazem da solidão alimento
Sei que na cor desses olhos surpreendidos
Podem morar meus amores perdidos
Conheci hoje uns olhos lindos á esquina do meu olhar
Terça-feira, 14 de Abril de 2009
Aceitas que nas asas de um papagaio azulTe ofereçam o mundo para iluminar
À margem de profecias corrompidas
Aceitas proteger o naufragar
És a parte feminina da noite
Serás suave
A possuir o dia sem despedidas
Dizem que vivem em ti os poetas
Para olharem do céu a bola azul onde assentam os pés
Mas não a mente
E um poeta sente...
E o tempo atrás do tempo
Traz novidades nas asas de um papagaio azul
E cresces e minguas rumo ao sul
És crescente e minguante
Cheia e nova
Nem ele te é indiferente
Aparece apenas a medo de dia
E em segredo
Dizem que és pó mas és poesia
E apareces assim todas as noites
Nas asas de um papagaio de fantasia

Entre o rio e o mar uma imensidão de luar
Serena a linha do horizonte deita a lua no seu colo
Quando o teu nome sol a vem beijar
E na confusão do saltitar circadiano
Passam os dias e as luas
Fica o engano
Condenadas a guardas pretorianas do infinito
As nuvens braços de algodão
Doce como a tua mão
Salgado como o mar chão
Pendente sobre mim a espada da vida
E o dilema de voar
Ou de agarrar o coração
Entre o rio e o mar uma imensidão de ser
E a loucura de poder
Sábado, 11 de Abril de 2009
Sexta-feira, 10 de Abril de 2009
É boato que morri
Verdade que sobrevivi
Quando vi o teu sorriso nos meus olhos
E o teu andar no meu caminho
Quando olhei de frente e não vi
Quando virei a cara ao espinho
É verdade, morri
Um pouco por dentro
Um tanto por fora
Morri por viver
Vivi para te ver
Quarta-feira, 8 de Abril de 2009

Logo desaparece e se evapora no seu rio
Na clareira das suas ilusões
Num raio de luz do luar
Exercita serena o seu cio
Resulta existir e ser mulher
Ver no espelho a imagem
Comer um doce inteiro de colher
E ler um livro da viagem
Segunda-feira, 6 de Abril de 2009