Domingo, 31 de Maio de 2009

Peço licença
Mas vou dormir
Regar as sementes dos sonhos
Cultura em que sou bisonho
Diria até desleixado no mando
Que dos sonhos nem sonho o comando
Seria sonho sonhar o que quero
Largar o dormir austero
E sonhar, sonhar, sonhar
Sem acordar
E seriam as sementes mais que sementes
De sonhos sonhados entre os dentes
Sexta-feira, 29 de Maio de 2009
Perto de ti…
Numa recôndita floresta
Gemem os meus beijos
E à tua sombra amiga
Durmo a sesta
Guardando a sete chaves
O rebanho dos meus desejos
Quarta-feira, 27 de Maio de 2009

Não se é tarde
Mas nasce à minha volta um oceano
E compõe-se outro ano
São músculos e braços e mãos
Não sei se me felicitam
Se me incitam
Se me dão rotundos nãos
Sei apenas que sou navegador
Que sei o rumo e mantenho o prumo
Que não me pára a dor
Nem o lume ou o fumo
É neste mar velho que velejo
Que olho um povo e deposito um beijo
Foi deste mar que se esticou uma nação
É neste mar que pouso a minha mão
E este mar que acalma os cavalos
Que tenho no coração
Terça-feira, 26 de Maio de 2009
Sábado, 23 de Maio de 2009
Choviam pétalas de rosas
A lama era mel
A montanha um rebuçado
A nuvem um papel
Era perfume o vento
Arco-íris o batel
Era cristalino o mar
Leve o meu respirar
Algodão doce a espuma
Transparente o luar
Todos os peixes sereias
Todas as casas castelos
Com varandas sem ameias
A chuva era ouro
O Sol um tesouro
Não era esforço rir
Mas apenas um sentir
Viver não era fantasia
Era apenas ser alguém
Apenas por um dia
Terça-feira, 19 de Maio de 2009
Segunda-feira, 18 de Maio de 2009
O teu segredo não é mais segredo
Mas sim um fruto maduro do medo
Sabes que não sou mais que um precipício
Um intervalo, um corte na fita de cinema
Um actor de fingir no lugar de outro
Ou outro no meu
O teu apagado teorema
Uma peça de museu
Esse segredo não é mais segredo
Mostrou-o o vento norte
Ao pensamento é à morte
À luz e à sorte
Não sou mais um segredo
Uma vaga luz
Ou caduceu
Sou eu…
Sábado, 16 de Maio de 2009
Quinta-feira, 14 de Maio de 2009
Escrevi uma carta em papel perfumado
Da cor de um sonho alado
Colei o selo com o suor do peito
O envelope com as lágrimas de um sonho desfeito
Era tardia a mala que embalava a carta
E perdeu-se sépia no tempo
E de viagens gasta e farta
Voltou-se às mãos em contratempo
Era gasto o suor e seca as lágrima
E voava a carta pelos momentos
Era esta a última
Carta dos próximos tempos