Segunda-feira, 31 de Agosto de 2009

Trágico e ser optimista no meio do nada
Porque nada é mesmo isso
Ausência de tudo
E não pouco de muitas coisas
Domingo, 30 de Agosto de 2009

Veneza - Itália (Junho 2009)
Foto: Raul Cordeiro

Castelo Rodrigo - Portugal (Agosto 2009)
Foto: Raul Cordeiro
Não te ver
Será assim quase como dormir sem ti
Uma falta imensa de substância íntima
Uma falta de civilização
Uma falta de humanidade
Um campo de cultura de calão
Sexta-feira, 28 de Agosto de 2009
Um dia quando for grande
Vou escrever um livro
Que não seja só assim
Mas onde possam brotar mais poemas
Para além de mim
Quinta-feira, 27 de Agosto de 2009
Fossem Platão e Aristóteles vivos
E dariam voltas e voltas
À espera dos melhores silêncios
No discurso político
E tal seria a revolta
E de alguns, o destino aforístico
Terça-feira, 25 de Agosto de 2009
Quase, quase, me apetecia raivar
Gritar e sucumbir
Às canso-me até de me ouvir calado
De discursar contra a vontade
De ser estátua do silêncio da idade
Sexta-feira, 21 de Agosto de 2009

Nada me obriga a fazer nada
Mas faço da vida uma pequena estalagem
E movo a minha vontade
Ao som sereno do invulgar
Parte a minha diligência devagar
Quarta-feira, 19 de Agosto de 2009

Absorvo da ciência apenas o que não é erudito
O sumo da laranja e do limão
E mais algo que possa segurar nas costas da mão
Num equilíbrio imperfeito
Onde gravo os olhos e a razão
Segunda-feira, 17 de Agosto de 2009

Sonhar requer sossego
Mas tenho medo no estio
Entristeço e aborreço
Tanto calor, tanto vazio