Domingo, 27 de Dezembro de 2009
A todos os seguidores e leitores deste espaço:
UM ANO DE 2010 CHEIO DE POESIA
Se não me engano
Se isso é humano
Acaba agora o que começa
Uma parte da peça
Um ano
Não interessa se é normal
Quotidiano
Ou anual
Mas cai agora o pano
Sobre o ano
O que é normal
É humano
Ter esse feixe anornal
Herteziano
De saber quando acaba o ano
E começa outro ciclo anual
O que não é normal
É ter que viver mais o que não queremos
Ver o tempo passar e nada podermos
Ver acontecer o quotidiano
E mais um ano
Erro humano
Quarta-feira, 23 de Dezembro de 2009

We are made of memories
A short present and a lot of history
We have arms to hug
Kisses to kiss
Hands to give
And someone to love
We are crazy for shining stars
And for the poetry lights
We born every year at the same day
And we die in the other ones
Is the Christmas
He came to stay
Quinta-feira, 17 de Dezembro de 2009
id="BLOGGER_PHOTO_ID_5416188759579010066" />Somos construídos de pouca matéria e muita memória
De pouco presente e muita história
Deram-nos braços para abraçar
Beijos para beijar
Mãos para dar
E um berço de palha para adorar
Somos desde sempre fanáticos por estrelas
Por caminhos e preces
Pela esperança de um dia
Pela luz da poesia
Nascemos todos os anos no mesmo dia
Natal
E morremos os outros dias, todos
Levantamos e baixamos os braços
Dormimos em silêncio
Pouco olhamos as estrelas
Esmorecemos aos poucos
Cavamos túmulos e escrevemos poemas
Apregoamos grandes lemas
Mas nem usamos os braços para dizer adeus
Nem bem nem mal
Esperamos quietinhos
Outro Natal
Quarta-feira, 16 de Dezembro de 2009
Domingo, 13 de Dezembro de 2009

Escolho a sorte
De voar
De olhar o céu de cima
E vaguear no meu vento norte
Ser do sangue do clima
Escolho a sorte
De ver
De voar sem asas
Ser cego por um instante
E vaguear no meu vento norte
Escolho a sorte
De sentir
De viver a tua brisa
Desfraldar-te
E vaguear no teu vento norte
Foto: Raul Cordeiro (Durban, África do Sul, 2009)
Sábado, 5 de Dezembro de 2009

Encolho os ombros
Franzo o nariz
Escondo a lágrima de um olho petiz
É cansaço o que sinto
Nem a dor me dói
E a sensibilidade flutua
Como o vento que me rói
Na falta de sentido escrevo
E enleio a minha miséria no enlevo
Vejo breve o campo
Por cima dos ombros
Sonho-me homem activo
Por entre escombros
Depois da raiva e da saudade
Uma obra de horas incógnitas
Sou definitivamente uma inacção
Uma pouca verdade
Foto: Raul Cordeiro (2009)