Sexta-feira, 30 de Abril de 2010

Assobio

Esta sensação estranha
Esta ansiedade que se entranha
Esta luta interior
Este frio na raia do calor
Esta sensação estranha de ser
Esta sensação de perder antes de ter
Esta sensação antecipada de vazio
Esta sensação de que depois de amanhã
Não haverá mais manhã
Esta sensação estranha de que os gritos de outros
Calarão o meu assobio
Esta sensação estranha de marioneta nos teus braços
Ou de derreter nos teus abraços
Esta sensação estranha
De reservar um lugar
Para quem não pode estacionar
É isso mesmo
Uma sensação estranha
Mas que se entranha

publicado por raulcordeiro às 09:28
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Quinta-feira, 29 de Abril de 2010

Poemas de Ontem (Tenho pressa - 18 de Dezembro de 2007)

Penso o tempo do Amor, e enquanto penso,
O amor é para mim um mundo
A única carne e a bebida mais doce
E vivo como se assim fosse
À deriva como um vagabundo
Só sei que é, não como ou porquê,
Nem como posso explicar
Esta aura que paira no ar
E me leva, leve nos teus braços
A voar…
E quando o tempo finalmente chega
De olhar bem fundo em mim
Neste amor que te carrega
E em todos os fardos desta vida
A vida parece tão comprida
No tempo que escorrega
Que tenho pressa de estar em ti
E ser feliz assim…

publicado por raulcordeiro às 12:04
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Terça-feira, 27 de Abril de 2010

Culpas

Não é culpa da distância
Mas da infância
Não é do olhar
Que esse nunca olhou
Nem das mãos
Que essas nunca tocaram
Podes pensar
Culpar e chorar
Mas a culpa é desse lema
E afinal está aqui
À distância de um poema

publicado por raulcordeiro às 21:51
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Segunda-feira, 26 de Abril de 2010

São de água as vértebras e de pedra as lágrimas

Sei que é duro o ofício e grande o sacrifício
Não pestanejar quando olho o silêncio à minha volta
Quando oiço o que o canto das árvores diz
“- Não fazes ninguém feliz”
São de água as vértebras e de pedra as lágrimas
Despidos os ramos
Vestidas as lástimas
Sei que é duro o ofício
De nos mantermos à tona de água
Quando o mar nos puxa para baixo
E não podemos levantar a mão e dizer adeus
De termos que assumir o que somos
Em cais de nau naufragada
E somos nada
Um pouco de tudo
E tudo de nada

publicado por raulcordeiro às 21:16
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Domingo, 25 de Abril de 2010

Ary dos Santos (Muitos homens na prisão)


publicado por raulcordeiro às 11:29
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Sábado, 24 de Abril de 2010

Um cravo no coração

Um cravo no coração de Abril
Flor de Março
Em país pueril
Uma revolução
Um povo
Um país novo
Uma espingarda
Um soldado
Um país adiado


publicado por raulcordeiro às 14:46
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Sexta-feira, 23 de Abril de 2010

Quero dizer (que no sonho não há espelho)

Tens medo de amar

E disfarças com um sorriso

Um bem tão bem

Um bem tão preciso

Ou tens medo de esconder de outros olhos

Uma ferida

Uma dor que cicatriza

Um sonho que não se realiza

Apenas digo

Que no sonho não há espelho

Somos só nós e o sonho

E somos tudo

O preto e o vermelho


publicado por raulcordeiro às 22:58
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Quinta-feira, 22 de Abril de 2010

Conheci hoje uns olhos lindos á esquina do meu olhar

Conheci hoje uns lindos olhos à esquina do meu olhar
Surpreendida por um barco pronto a naufragar
Deixa a mão e leva os olhos
Surpreendida pelo mar
É de silêncio o olhar com que me matas
Com os olhos teus
Penso-me homem
Sinto-me criança
Só de olhar para esses olhos com os meus
Não sei se falam
Se fazem da solidão alimento
Sei que na cor desses olhos surpreendidos
Podem morar meus amores perdidos
Conheci hoje uns olhos lindos á esquina do meu olhar



publicado por raulcordeiro às 21:45
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Quarta-feira, 21 de Abril de 2010

Um nome ao contrário

Fico tranquilo
Com tudo o que existe
Que possa ser teu tesouro e luar
Que se possa fazer nascer o amor e mudar o cenário
E escrever nas tuas frases
Luar ao contrário
Fico tranquilo
Com o que não existe
Que possa fazer nascer algo
Que possa evitar que o tempo pare
E não corra feito galgo
E mesmo noutro cenário
Escreveres nas tuas frases
Luar ao contrário
Fico tranquilo mas tremem as pernas
Fico tranquilo com juras eternas
Mesmo tranquilo se falta a razão
Mesmo que escrevas no chão
Num chão de cenário
Uma frase
Com luar ao contrário

publicado por raulcordeiro às 16:10
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Terça-feira, 20 de Abril de 2010

Peixes amarelos e sereias

Contas as conchas do mar e o ruído
Que fazes ao caminhar
Contas-me ao ouvido o teu espelho
E as coisas perigosas do mar
És filha da ilha grande
Maravilha do meu marear
Contas histórias de encantar
De peixes amarelos e sereias
De sóis e luas cheias
E desse peixe chato, fedelho
Poeta das ideias
E contas mais ainda de ti
Do sabor da pele a sal
E de mais de mil epopeias
Do bem e do mal
De paixões e desventuras
Devaneios e loucuras
Contas os dias que passam
E as horas que não passam
Contas também…
No reino de Júpiter és doce e amada
E vives na ilusão do olhar
De me contares um dia
As tuas aventuras
Do outro lado do mar

publicado por raulcordeiro às 18:17
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