Sexta-feira, 31 de Dezembro de 2010
Terça-feira, 28 de Dezembro de 2010
I don´t know if I answer the question
But how can a year not to be
And back again to be born
On the calendar
Next day
Softly
In his own birthday?
It's a mystery to himself
Succeed himself
Selfish
Artist
Be magic to itself
And born again
The other day
Segunda-feira, 27 de Dezembro de 2010
Não sei se respondo à pergunta
Mas como pode um ano que não foi
Voltar de novo a ser, a nascer
No calendário
De mansinho
No seu próprio aniversário?
É um mistério de si próprio
Suceder-se a si mesmo
Egoísta
Artista
De passes de magia para nascer em si
No outro dia
Quarta-feira, 22 de Dezembro de 2010
Que ninguém se incomode com as pétalas
Que a flor permanece
Assim, hoje...
É Natal no meu jardim
Uma rosa nasce, floresce e morre
Às vezes sossegada no seu cantinho
E mesmo desfolhada
Fica o cheiro
No seu espinho
A rosa é flor assim
É Natal no meu jardim
Segunda-feira, 20 de Dezembro de 2010
Peguei nele seco ao luar
Em forma crua rectangular
E pu-lo no chão
No meu lugar
De soslaio vi-o bater baixinho
Pálido
Bate e pára
Bate e pára
Pára de supetão
Triste de seco
O meu coração
Sexta-feira, 17 de Dezembro de 2010
Esses olhos matam-me
Mas posso garantir
Que mesmo morto não saio daqui
Não tenho para onde ir
Plantarei aqui os pés
Criarei raízes no espaço que ocupas
Só para te olhar
Ver, vencer
E depois
Morrer
Terça-feira, 14 de Dezembro de 2010
Olhei triste para o espelho
Quebrou-se o feitiço no chão
Li o meu nome no chão
E fiquei de boca aberta
Quase dei um tropeção
Olhos feridos de olhar para mim
Fiquei logo iludido
Pus-me logo a imaginar
Ficar cego de olhar para mim
Limpei tudo bem limpinho
Varri vidros pelo chão
Olhei os meus olhos no chão
Fiquei só a meditar
Como se fosse um vidente
Como se de repente assim
Ficassem os meus olhos a olhar para mim
O destino quis quebrar
No chão triste o meu olhar
Num dia perto do fim
Um olhar a olhar para mim
Minha tristeza subiu de tom
Fez-se noite perto de mim
Fiquei com espelho no olhar
De uns olhos a olhar para mim
Fiz-me forte e num repente
Deitei fora uma ilusão
Os meus olhos cruzam-se assim
Tristes com outros
Olhando por mim
Olhei triste para o espelho
Quebrou-se o feitiço no chão
Li o meu nome no chão
E fiquei de boca aberta
Quase dei um tropeção
Olhos feridos de olhar para mim
Sexta-feira, 10 de Dezembro de 2010
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Foto. Raul Cordeiro |
Não sei forma mais simples de dizer isto
Pronto, cá vai…
Odeio-me
Mais do que me odiaria
Se me odiasse a mim próprio
Porque escrever
Faz de mim uma criança
Com um rastilho
A arder
Porque não consigo ver cometas na noite
Nem que a mesma me açoite
Porque a minha mão esquerda
É esquerda e não direita
Porque olho a avenida
E me surge sempre estreita
Porque risco as folhas
À procura do POEMA
E ferem-se de bolhas
Disseram-me hoje que não escrevo
Articulo palavras
Porque me odeio
E isso faz da escrita
Não um poema
Mas um remédio
Que odeio
Quarta-feira, 8 de Dezembro de 2010
Se do teu cabelo caísse um cabelo Só um, sonolento
Ao vento
E sobre o céu escrevesse
Um nome
Seria o mais fino apelido
De vento vestido
De quantos o céu tem
No seu novelo
Sábado, 4 de Dezembro de 2010
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Foto: Raul Cordeiro |
Oco…
Fiquei ao ver o mar
Cheio…
Depois de engolir
Salgadas
As lágrimas de Portugal