Sábado, 4 de Setembro de 2010
Há uma criatura que se embaraça
Os cabelos na minha poesia
Que a torna mais quente que fria
Uma figura solar de hálito suave
De voz doce e grave
Uma figura solar que flutua
Longínqua como a lua em pleno dia
Há uma figura que se enleia
Nas minhas sílabas
Que as faz tremer de anomalia
Uma figura lunar de voz grave
De voz doce e hálito suave
Uma figura lunar que se deita
Quando o dia ainda espreita
Há uma multidão no meu espaço
Onde me perco e embaraço
E procuro o meu estratagema
E é nesse embaraço
Que este poema
É todo o Sol do espaço