Quinta-feira, 17 de Abril de 2008

Há um rio pleno de sonhos debaixo da rua da minha casa
Há um rio pleno de sonhos numa cidade onde nunca fiquei
Há um sonho pleno de rios onde o mar se atrasa
Há um mar pleno de sonhos que no rio deixei
Há um rio pleno de sonhos a quem chamo meu irmão
Há um rio pleno de sonhos onde afogo a tristeza
Há um rio debaixo dos meus pés, abaixo do meu chão
Há um rio pleno de sonhos por quem o mar reza
Segunda-feira, 14 de Abril de 2008

Não me vou incomodar
Com o que acredito ser ou parecer
Sou teu barco, forma de caravela
Sou tua velha sombra de Alcácer
Só me resta tudo o que queria
Nada do que tenho me resta inteiro
Como cheguei não interessa
Na tua manhã de nevoeiro
Esperavas à luz das tuas velas
E eu à luz das minhas navegava
Pelo peito de prata dos mares
Que a tua manhã anunciava
Em teu lugar à beira de um rio
Repleto de ar e vazio de gentes
Espera em ti uma nação inteira
Na súbita mudança que te ofereço
E no vento que o teu mar me oferece
Não me cansa tua voz que me chama
Ao leito que meu corpo merece